No primeiro semestre de 2010, a Sala de Leitura emprestou 62 livros, cerca de 10 livros por mês, inclusive para leitores provenientes dos povoados – uma estatística a ser comemorada, levando-se em conta que apenas 35% dos brasileiros afirmam dedicar seu tempo livre à leitura.
De acordo com uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Pró-Livro, assistir televisão, ouvir música, descansar e ouvir rádio, nessa exata ordem de prioridade, são as atividades preferidas dos brasileiros, quando não estão ocupados. A leitura surge, portanto, em quinto lugar. Se a isso somarmos o grau de exclusão cultural a que nossa população está exposta há bastante tempo, então compreenderemos quanto o serviço modesto da Sala de Leitura tem sido útil, em Riachão do Jacuípe.
A pequisa do Pró-Livro revelou também que 66% dos livros do país estão nas mãos de apenas 20% da população, 8% dos brasileiros não têm nenhum livro em casa, enquanto 4% possuem apenas um livro, que em minha opinião, deve ser a Bíblia. Se for, menos mal, já que a Bíblia é uma biblioteca e possui esse indiscutível valor edificante – quando bem lida.
O fato é que num município sem biblioteca pública, como o nosso, ver a sociedade civil empenhada num pequeno projeto de democratização do acesso aos bens culturais é muito gratificante. A Sala de Leitura quer ser também uma espécie de laboratório do fazer cultural e social, um lugar onde conselheiros municipais, lideranças de bairro, militantes sociais e demais interessados possam se encontrar para planejar ações de desenvolvimento humano como um todo.
Em dois anos de existência, o projeto já contou com a colaboração quase anônima de alguns cidadãos locais, comerciantes e amigos que entenderam a importância do trabalho realizado, mas a manutenção é um tanto dispendiosa e às vezes fica difícil fechar as contas que são expostas no mural da entidade.
Desde que o projeto foi cadastrado no Plano Nacional do Livro e Leitura, ganhou visibilidade na internet e surgiram pessoas interessadas em doar livros – que são muito bem vindos – mas precisamos de recursos financeiros para garantir o aluguel do espaço, localizado na Rua das Acácias, 86. 1º Andar, próximo à Escola Santa Mônica. Caso os leitores deste artigo queiram também colaborar, dentro das suas possibilidades, basta manifestar interesse, visitando pessoalmente a Sala de Leitura ou entrando em contato pelo e-mail interpretar@ig.com.br, a fim de obter as devidas orientações. Vamos ver se conseguimos construir uma geração de cidadãos, despertando novos leitores. Contamos com a boa vontade dos jacuipenses de todos os lugares, lembrando uma frase interessante do Marquês de Maricá, que disse: "A leitura deve ser para o espírito como o alimento para o corpo, moderada, sã e de boa digestão.”
Fonte: www.riachao.com Por: José Avelange
Nenhum comentário:
Postar um comentário